O transtorno bipolar é progressivo e leva à perda da função
de neurônios, segundo novos estudos, liderados por pesquisadores brasileiros.
A doença, caracterizada pela alternância entre depressão e
euforia (mania, como os médicos dizem), atinge 2,2% da população: são 4,2
milhões de brasileiros, segundo estimativa da Associação Brasileira de
Psiquiatria.
Crises bipolares não têm nada a ver com as mudanças de humor
da pessoa "de lua", que passa uma manhã agitada ou se irrita
facilmente. Um episódio de mania pode durar dias ou semanas e levar a
alteração do sono, perda do senso crítico e comportamentos compulsivos como
comprar demais ou consumir álcool e drogas.
Como tantos outros nomes de patologias, a expressão
"bipolar" é usada fora do contexto médico. "Há um entendimento
errado da bipolaridade. É uma doença muito grave, com uma série de sintomas.
Mudar de humor rapidamente não faz o diagnóstico", diz o psiquiatra Beny
Lafer, coordenador do Programa de Transtorno Bipolar do Hospital das Clínicas
de São Paulo.